Muitos pais e mães pedem orientações sobre uma questão cada vez mais frequente: o que fazer ao saber que seu filho fuma maconha? Assim como acontece quando é preciso conversar sobre namoro e sexo, quando o assunto é drogas há constrangimento e tabus a serem vencidos.
Em primeiro lugar, os pais precisam entender esse tipo de diálogo como uma orientação e não como uma discussão hostil. Caso contrário, é bastante provável que o jovem interprete a conversa como uma tempestade em copo de água e saia dela apenas reafirmando ideias contrárias às que você apresentar.
Além do mais, precisamos reconhecer que, embora a maconha ainda seja proibida no Brasil, diversos países já flexibilizaram, descriminalizaram ou regulamentaram o uso recreativo da planta, mais ou menos nos mesmos moldes do álcool e do tabaco.
No Brasil, já há projetos em discussão e exceções permitidas por lei para o uso medicinal da cannabis até mesmo para crianças. Essa é uma tendência mundial pois há estudos que, de fato, revelam propriedades benéficas para a saúde em alguns dos seus componentes.
Estar por dentro dos argumentos que levaram países como o Uruguai, o Canadá, a Holanda e Portugal a reverem suas restrições sobre o uso da erva é fundamental. Afinal de contas, o jovem de hoje é muito bem informado e certamente apresentará dados como pretextos para justificar o próprio uso.
É nesse instante que os pais precisam mostrar que estão por dentro do assunto e contra-argumentar com informações sobre os danos da maconha, especialmente para os adolescentes. O conhecimento é uma das estratégias mais eficazes.
Se você já se perguntou sobre o que fazer ao saber que seu filho fuma maconha, veio ao lugar certo. Continue com a leitura!
Afinal, maconha faz mal ou não?
Sim. Fumar maconha traz malefícios semelhantes aos do cigarro. Por outro lado, pode servir para a extração de substâncias que auxiliam no tratamento de determinadas doenças.
A maconha é uma planta e, assim como outras, têm algumas propriedades medicinais. No entanto, a química envolvida nos estudos sobre o tema é bastante complexa.
Em termos gerais, há duas substâncias que funcionam como peças-chave para o entendimento do que é remédio e do que é alucinógeno:
- CBD: que não é entorpecente e serve para a elaboração de medicamentos e extratos naturais benéficos em alguns casos;
- THC: que é liberado ao queimar a planta e causa o “barato”, mas não tem propriedades medicinais comprovadas.
Ou seja, se um indivíduo fuma maconha achando que ela pode fazer bem, está cometendo um engano. Ainda mais em jovens, que estão com o sistema cardiorrespiratório e cerebral em formação ainda.
Além do mais, a maconha fumada nos dias atuais é pelo menos 50 vezes mais forte do que a que era consumida em décadas anteriores, como pelos hippies dos anos de 1970. A droga foi ficando com teores maiores de THC com o passar do tempo pois os usuários tornam-se tolerantes com o consumo a longo prazo.
Qualquer substância psicoativa é perigosa. Nos primeiros anos de vida, esse pode ser um gatilho para transtornos psicológicos, inclusive para a esquizofrenia.
O que fazer ao saber que seu filho fuma maconha?
Se você descobrir que o seu filho está fumando maconha, respire fundo e encare o problema de frente. Crie estratégias para conversar com ele em um momento que ambos estiverem calmos.
Tenha um diálogo franco. Todavia, evite julgamentos e palavras agressivas.
Lembre-se que os amigos também têm grande influência na construção da personalidade das crianças e adolescentes. Se você for muito duro e falar sobre a cannabis com o intuito de assustar, a tendência é que seu filho se feche e ache que os amigos que estão falando bem da droga é que estão certos.
Explique sobre o lado positivo e, é claro, sobre os malefícios da planta. Jamais ameace de expulsá-lo de casa ou de agredi-lo. Esse é o momento de estar junto e ajudar o seu filho a não tomar decisões equivocadas.
Muitos pais que não têm ideia de o que fazer ao saber que seu filho fuma maconha procuram a ajuda de um especialista. Uma visita a um médico ou a um centro de reabilitação é uma excelente forma de alertar o seu filho com o suporte de quem entende do assunto.
E, caso ele esteja viciado ou tenha resistência em se desvencilhar do uso da droga, não hesite em contatar uma clínica para fazer a desintoxicação e redirecionamento. A terapia cognitivo-comportamental pode ajudar muito nesse sentido e evitar que o jovem acabe sendo seduzido por esse ou outros vícios.
Se precisar, conte conosco!